Um Conto de Hoffmann
Para encenar este espetáculo, o SOBREVENTO debruça-se sobre o estudo dos Teatros de Brinquedo, ou Teatros de Papel, um divertimento caseiro, popular na Europa do século XIX, que consistia na encenação de peças curtas em uma maquete de Teatro, tendo figuras bidimensionais de papel como personagens. Ampliando o Teatro de Brinquedo para a escala humana, combinou-se a mecânica do teatrinho com o trabalho dos quatro únicos atores de carne e osso da montagem, originando um espetáculo com muitos personagens, inclusive um coro, em um cenário todo de papel, mesmo material do qual eram feitos todos os objetos de cena e os figurinos dos atores. No espetáculo UM CONTO DE HOFFMANN, o SOBREVENTO procurou estabelecer uma relação entre o ator e o objeto animado, a partir da encenação do primeiro ato do libreto da ópera Os Contos de Hoffmann, de Offenbach, que conta a história de um poeta (na peça, também um apresentador de Teatro de Brinquedo), que sofre uma grande desilusão amorosa ao perceber que se apaixonara perdidamente por uma boneca mecânica. Foi com este espetáculo, destinado ao público infanto-juvenil, que o Grupo teve sua primeira temporada profissional em um Teatro e que recebeu seu primeiro reconhecimento público, através de boas críticas e quatro indicações para os dois Prêmios mais importantes destinados ao Teatro infantil carioca de então: o Mambembe, do Ministério da Cultura, e o Coca-Cola.
UM CONTO DE HOFFMANN também levou o Grupo à sua primeira viagem, sendo o primeiro espetáculo teatral a apresentar-se no Teatro Aracy Balabanian, em Campo Grande (MS), em 1990. No mesmo ano, deu a primeira oportunidade ao SOBREVENTO de fazer uma temporada fora do Rio de Janeiro, na cidade de São Paulo.