Ato sem Palavras
Luiz André Cherubini, Sandra Vargas e Miguel Vellinho cursavam Artes Cênicas na Universidade do Rio de Janeiro (Uni-Rio) e eram atores de um mesmo espetáculo. Decidiram montar um grupo, tendo como primeiro trabalho uma encenação de Ato sem Palavras I, peça do dramaturgo irlandês Samuel Beckett, com um boneco no lugar do ator. Nasce daí o primeiro espetáculo do SOBREVENTO: ATO SEM PALAVRAS.
A técnica de animação escolhida, a manipulação direta - onde um boneco é movido simultaneamente por três manipuladores, sem fios nem varas -, custou muito trabalho ao Grupo, tanto na pesquisa do Teatro de Bonecos japonês Bunraku quanto no grande número de ensaios realizados. Convidado pela Associação Brasileira de Teatro de Bonecos a participar de um Festival Internacional de Teatro de Animação que se ATO SEM PALAVRAS realizaria na cidade de Nova Friburgo, o SOBREVENTO (nome escolhido ao acaso em um dicionário) surpreendeu-se com a riqueza e com a diversidade do Teatro de Bonecos, bem como com o êxito das apresentações que fez. Convencido de que o Teatro de Bonecos não era uma limitação, mas uma expansão de possibilidades de encenação, o SOBREVENTO pôs-se a aperfeiçoar sua montagem - particularmente tornando a movimentação e os ritmos mais precisos e detalhados - e a estudar o Teatro de Bonecos. A encenação de ATO SEM PALAVRAS I, dirigida ao público adulto, buscava provocar um efeito curioso no espectador: o riso e o posterior arrependimento, quando a ação passava a ser percebida além de sua superficialidade.
Sem conseguir a liberação dos direitos de autor a tempo, algumas apresentações, de caráter didático, realizadas na Universidade do Rio de Janeiro e no Festival de Nova Friburgo, levariam o nome Ato sem Beckett.